MATERIAL DE APOIO: história de
Catalão GO
Tema 02: Que medo! Lendas e
histórias assustadoras de Catalão - GO
O que é um “causo”?
Sabemos que contar histórias é uma arte própria da cultura humana. Os causos,
lendas e histórias populares nasceram da tentativa de uma população que não
sabia ler ou escrever transmitir um conhecimento de uma geração para outra, narrando
experiências e histórias que escutam desde pequenos.
Os causos são classificados como formas
simples de narrativas, ou seja, como são contados de forma oral não há uma
preocupação de deixar o texto “bonito”, pois o que o deixará interessante é a
forma de quem conta.
Na maioria dos causos o seu autor é desconhecido e são criações da
cultura do lugar carregado com o medo do local, as tradições e cultura do povo
que o reconta várias vezes, sempre com adaptações. As narrativas possibilitam
ao ouvinte mergulhar naquilo que escuta, vivenciando, na experiência do outro,
a sua própria experiência.
1 A cruz de
madeira no Morro da Saudade
Conto popular narrado por
Cornélio Ramos
No tempo de antigamente, o morrinho do São João jazia tranquilo,
sozinho, no meio da campina, sem o burburinho produzido pelo progresso, sem
nenhuma casa ao seu redor, somente a capelinha e a cruz de madeira.
Contam os antigos que o morro recebeu esse nome devido a um episódio
trágico. Havia ali, o cemitério dos Anjos, onde eram enterradas as crianças que
não haviam sido batizadas. Conta a lenda que uma menina de 6 anos de idade, foi
enterrada viva, após sofrer um ataque de catalepsia (doença que dá a impressão
que a pessoa está morta).
Sem o médico da região por perto no momento, a criança foi enterrada. Os
pais ao tomarem consciência do que havia ocorrido, muito transtornados erguem
uma cruz de madeira para a alma da criança. Dizem que pode-se escutar uma
criança chorando e tentando sair de seu túmulo.
2 A louca do
Morro da Saudade
Conto popular narrado por
Cornélio Ramos
Conta a lenda que viva em uma fazenda próxima a cidade de Catalão, um
jovem que ficou viúva muito cedo. A jovem era herdeira de uma grande fortuna e,
quase sempre cortejada por homens que se interessavam em casar com a mesma e
tomar posse de sua fortuna. Um certo dia chega a cidade um jovem dentista muito
bonito, e logo ele e Rita iniciam um romance.
Apesar dos conselhos dos amigos Rita estava apaixonada por Roberto, e
ele apesar de corresponder não a amava da mesma forma. A verdade é que Roberto
era um homem casado e pai de família. Sua mulher havia o abandonado e fugido
com sua filha, mas Roberto ainda sim amava muito sua esposa.
Certa tarde Roberto decide que quer novamente voltar para Minas Gerais e
dar mais uma chance ao seu casamento, então decide terminar seu romance com
Rita. Marcam de se encontrar às seis horas no Morro de São João, e Roberto
conta a Rita sua intenção de voltar a Minas Gerais e procurar sua amada esposa.
Rita, que já suspeitava que Roberto queria terminar o relacionamento,
estava decidida a impedir que Roberto fosse embora. Ao ver que Roberto
realmente ira deixa-la Rita atira com um revolver quatro vezes contra as costas
de Roberto e o mata. Após aquele noite Rita não foi mais a mesma.
Mesmo após várias internações no manicômio ela sempre voltava ao Morro
procurando por seu amado, mesmo após a morte. Muitos catalanos afirmam que em
noites de lua cheia é possível ver uma moça toda de branco chorando no alto do
Morro.
3 A árvore
amaldiçoada
Dizem que um jovem casal havia prometido juras de amor tiveram um final
trágico. Certo dia, o noivo descobriu que ela estava grávida de outro, e a
matou de forma brutal, isso quando ela já estava quase completando os nove
meses e para que não achassem seu corpo, ele a enterrou no pé de uma árvore.
Logo que fez isso se suicidou deixando um bilhete avisando de que tinha
também matado sua noiva. A polícia descobriu seu crime, mas nunca achou o corpo
da jovem moça.
Com o passar de nove meses após o crime a árvore, foi embarrigando. A
árvore engrossou muito rápido, e até hoje a árvore tem a aparência de uma
mulher grávida. E dizem, que depois da meia noite, se alguém estiver passando sozinho
por lá, é possível. Ouvir um bebê chorando e ver a alma de Maria em cima de um
dos galhos da árvore com um rosto triste. Hoje a árvore faz parte da história
de Catalão e é conhecida como Barriguda.
4 A casa de
assoalho
Conto popular catalano
Os antigos moradores contam que durante a noite ouviam-se passos no
assoalho de madeira e um choro de mulher toda vestida de branco.
Diz a lenda que a mulher na véspera de seu casamento perdera seu noivo,
morto afogado durante uma pescaria. Ela consternada com o acontecido se mata
toda vestida de noiva. Durante a noite ela voltava e assombrava a casa e seus
moradores.
5 A moça na
varanda
Conto popular catalano
Conta a lenda que uma moça de uma
família muito rica de nossa cidade, se apaixonou por um rapaz muito pobre. A
família para impedir seu casamento com alguém que não tinha dinheiro resolve
mandar a moça para um convento.
A moça, que era muito apaixonada, decidiu que se não poderia se casar
com que amasse, não gostaria mais de viver. Durante o jantar ela sobe ao pé da
escada e com um cutelo corta sua própria cabeça.
Contam, que o pai arrependido de ter impedido o casamento, manda
esculpir vários rostos de anjos, semelhantes ao rosto de sua filha, e os
colocou na fachada de sua casa. Muitos catalanos contam que se encararmos por
muito tempo estes anjos, a moça aparece na varanda para a pessoa, outras contam
que os anjos nos seguem com o olhar.
Fonte: Ramos,
Cornélio Contos & Confissões. 1991 Ed. Kallil Catalão GO
Barbosa, J. Narrativas
orais: memória e história. Universidade Federal de Goiás.
Gostei muito desse site ele é muito legal para mim ele é muito legal porque eu estou fazendo um trabalho de escola e achei uma lenda Por que meu trabalho precisava de lenda e eu estou escrevendo a lenda da louca do Morro da Saudade
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