Projeto de Língua Portuguesa 3º Bimestre
Jornal Mural
MATERIAL DE APOIO: história de Catalão GO
Tema 01: As congadas são do Congo?
Cultura e tradições africanas no congado de Catalão-Goiás
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRz1HR419hkXYi3vLlWpJM0cbyWSxqLEFWebH1tCskVk8vLUOWWQdhK0VIbFl36xnCcCoVavdtjAMk-o7HSmOAP2_dOAQusbRaSnJ4aWAQ9CAqUh3tVtNj7TGJcHEBoTYlAWFw_G4x7b2p/s200/FERNANDOCANDIDO1.jpg)
Este mesmo
fazendeiro, como poucos da região, deixavam seus escravos e ex-escravos
festejarem sua cultura e suas danças, desde que, estes o fizessem para os
santos católicos. Os escravos, para preservar sua cultura combinam suas tradições
com as tradições católicas através das Congadas.
A doação de terras para a construção de igrejas era uma estratégia muito
comum entre os fazendeiros da época, pois a construção das igrejas valorizavam
as terras. Não foi diferente com a igreja de Nossa Senhora do Rosário, pois sua
construção dinamizou um novo eixo de povoamento em nossa cidade, nos bairros:
Nossa Senhora de Fátima, conhecido na época como “Boca da Onça”, devido a mata
e a presença de onças no local, bairro São Francisco e Centro.
Além de dinamizar o crescimento
urbano a festa era o local de socialização entre as diferentes comunidades
rurais que existiam na época, fator importante para a construção de laços de
amizade e parentescos.
Vamos conhecer um pouco mais sobre o congado catalano, assista o
vídeo https://www.youtube.com/watch?v=Y6aFCcJwPC8
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyesA680fRuCp8UiFlLpkVSzCQo2ShzuFV8jthUkhjG1E-eYp4c1IbkKOOUxPdaxHj9JPM8EML6l5qZATHm0BFKXu1Y18QiHigezgzigTjFMl4dQnWqzAa95FftGhLRD1xEI9l7x0UAvW3/s200/FERNANDOCANDIDO7.jpg)
a. Terno de Congo do Pio Gomes
b. Terno de Congo São Francisco
c. Terno de Congo Nossa
Senhora do Rosário – Terno do Zé Gordo
d. Terno de Congo do Santa
Terezinha
e. Terno Moçambique Mamãe do
Rosário
f. Terno Catupé
Cacunda Nossa Senhora das Mercedes
g. Terno Vilão Santa
Efigênia
h. Terno de Congo Nossa Senhora de
Fátima
i. Terno de Congo
Congregação do Rosário
j. Terno de Congo Nossa
Senhora Mãe de Deus – Terno do Prego
k. Terno Moçambique Nossa
Senhora das Graças
l. Terno de Congo
Sagrada Família
m. Catupé Cacunda São Benedito
n. Terno Catupé do Rosário
o. Terno Mrujeiro
p. Terno Vilão Nossa Senhora de
Fátima
q. Terno Vilão Penacho
r. Terno Nossa Senhora da
Guia
s. Terno Mariarte
t. Terno Catupé Cacunda
Nossa Senhora das Mercedes
u. Terno Catupé Prata
Os ternos de congo são
organizados possuem uma organização e uma hierarquia interna, que é composta
por:
Capitão: o capitão é uma figura de grande importância para o terno. É ele o
responsável por organizar o terno, confeccionar os instrumentos, agendar e
organizar os ensaios, além de ser responsável por buscar patrocínios para as
necessidades do terno.
Bandeirinhas: meninas que abrem e apresentam o terno de congo, cantando, dançando e
segurando as bandeiras dos santos homenageados pelo terno. Até pouco tempo era
a única forma das mulheres participarem diretamente da dança que envolve o
ternos.
Caixeiros ou Guias: são os dançadores mais antigos e marcam o
ritmo do terno, e ensinam aos jovens o ritmo. Carregam as caixas que fazem o
som característico da congada. Curiosidade: estas caixas chegam a pesar 50
quilos.
Instrumentistas: são os que tocam o violão, a viola, a
sanfona e o pandeiros.
Soldados: São os dançadores mais jovens e compõem as filas do terno.
Dependendo do terno podem: carregar grandes caixas, pequenos pandeiros ou
bastões coreografando com estes instrumentos.
Conguinhos: são crianças, geralmente filhos dos dançadores de
congo, com idade menos que 5 anos e acompanham junto com suas mães as últimas
fileiras dos ternos.
Início da Festa
A
conganda catalana ainda possui uma hierarquia de organização, dividida entre:
Rei e Rainha, príncipes e princesas da Congada ou reinado, que possuem apenas
uma função consultiva, não possuem poder para opinar ou decidir pelo grupo,
cabe esta função ao general. O general é a figura de maior
poder entre os ternos de congo. Todos os capitães devem obediência ao general,
e dão passagem ao terno, que possui prioridade dentre os outros.
Os ternos de congo para serem
representadas pelas entidades de Catalão, assim, manter suas tradições e o
direito de fazer a festa formaram a Irmandade do Rosário, que atua como
organizadora e captadora de verbas, representação jurídica diante do poder
público.
Os festeiros, apesar de não
fazerem parte da congada, são parte importante da mesma, pois são os
responsáveis em conseguir verbas e apoios para a alimentação dos dançadores
durante a realização da festa. Além, deste papel, os festeiros repassam parte
dos patrocínios para a Irmandade, com a finalidade de cobrir os custos da
festa, que atualmente possui uma grande despesa.
A Alvorada é a abertura oficial da festa, e
sempre ocorre na madrugada da primeira sexta-feira do mês de outubro. Os
dançadores se reúnem da casa de seus capitães e todos seguem em caminhada
silenciosa até a igreja. Após a benção de Nossa Senhora o general apita,
marcando o início e autorização para que os ternos dancem e homenageiem seus
santos.
O levantamento do mastro acontece no primeiro
sábado a noite da festa, e é realizado após a procissão de Nossa Senhora do
Rosário e de São Benedito. Neste momento os ternos usam suas fardas com
cores características a cada um, é o primeiro momento que isso acontece e
torna-se um espetáculo para aqueles que apreciam a dança e os cantos.
As visitas ocorrem de domingo a segunda, e são uma
forma de agradecimento do terno à aqueles que colaboram financeiramente ou os
que oferecem almoços e lanches. Os ternos dançam e cantam para os donos da
residência. Receber um terno em casa é um sinal de prestígio para muito
catalanos.
A procissão do domingo e a missa do congo são
momentos de grande emoção para os devotos, pois ocorrem em um clima de respeito
entre a Igreja Católica e os ternos. A entrega da coroa, ocorre na segunda
feira e marca o encerramento das festividades do ano, quando todos os ternos se
reúnem para dançar para o próximo festeiro e entregar a coroa de Nossa Senhora.
Fonte: COSTA, C. L. CULTURA, RELIGIOSIDADE E COMÉRCIO NA CIDADE: a Festa
em Louvor a Nossa Senhora do Rosário em Catalão – GO (Tese de Doutorado), USP –
2010
Conheça um pouco mais
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